quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A quarta-feira de cinzas e as fotos que eu não tirei.

O carnaval já passou e o pierrot não rangou a colombina (pô, Cristina!)


A quarta-feira de cinzas acordou silenciosa. Eu que de ressaca fico mais sensível ao barulho. Não fossem as caras cansadas, nem resquício de carnaval. As avenidas República do Líbano, Hélio Pelegrino e Faria Lima estavam limpas, no asfalto só água da chuva. Quando cheguei à altura das obras do largo da Batata, avistei, ao lado das tábuas de madeira que separam os buracos dos carros, uma latinha de cerveja que ainda pulsava. Logo mais à frente, no restinho de ciclovia da Faria Lima antes de chegar à rua Pedroso de Moraes, três confetes que o vento não conseguia desgrudar do chão.


Saí das grandes avenidas e entrei nas ruelas de Pinheiros. No portão de uma casa, um pandeiro caído e um cachorro latindo um samba sentido.


Pedalei respirando esses pedaços de carnaval, sem clicar. Achei que nenhuma foto (minha, pelo menos) faria jus à força dessas imagens.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Dindi's Rules

Sexta-feira saí do trabalho preguiçosa, fazendo ruídos para esticar as pernas, demorou até conseguir me levantar. Meti a bagagem pesaaaada nas costas e saí rodando pela cidade, já sabendo do trânsito que me esperava.

Peguei o metrô e descobri que gosto muito mais da avenida Sumaré do que da estação.
Saltei na consolação porque queria ver o movimento da rua. Pela primeira vez, parei de fitar os carros e olhei para os lados. Sem o menor medo de me deixar conduzir, espiei o movimento nas calçadas e avistei uma escadinha para uma sebo-galeria. Lá embaixo o lixo é reciclado e não pode colocar o pé na parede.

Deu um desânimo pra subir, mas é tudo uma questão de força motriz.
De volta à avenida Paulista, comecei a detectar harmonia no caos do trânsito. Tinha qualquer traço de melodia quando aquelas buzinas e motores se manifestavam. Até que as notas de Por Una Cabeça, de Carlos Gardel, tomaram conta do que cheguei a pensar que fosse alucinação. Mas foi só torcer para o lado e constatar que tinha um violinista reproduzindo a trilha do Perfume de Mulher.
Fiquei imaginando uma versão urbanóide, com percussão, de repente até uma guitar pééééééééééééé “OLHA PRA FRENTE!!!”.

Lá no comecinho da avenida Paulista me diverti com as pinturas com buracos nos rostos. Mas tanto os pedestres quanto os motoristas pareciam muito ocupados para se divertir.
Cheguei, enfim, ao bar e me entreguei a uma cervejinha. Ninguém é de ferro! Digo, algumas até são, mas eu vim de alumínio!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Fui ser gauche na vida

Foi meter o guidão na primeira avenida pra sentir aquele anjo negro com tração nas quatro rodas berrando na minha orelha: "vai, Natália, pra puta que te pariu!". Sabe como é, rua é lugar de carro. “Veículo de motor a explosão, destinado ao transporte de passageiros ou de cargas”, diz o Houaiss. Daí que todo dia assisto a um espetáculo de buzinas e faróis altos que me fazem fugir para a calçada. Só que calçada é lugar de pedestre! E tem sempre uma gordo-macarrônica que berra "mas agora já me tomar'as'carçada de vez!".

Quando eu fiz CFC (não o Cloro-Flúor-Carbono, o outro), aprendi que, por lei, os veículos maiores devem zelar pelos menores. No caso das bikes e motocicletas, deve-se passar por elas a uma distância mínima de 1,5m. Na pista da direita, deve-se deixar o acostamento livre, por onde as bicicletas devem transitar. Só que os motoristas paulistanos insistem em continuar a não respeitar essas regras. Sofrem da peculiar síndrome de Gabriela “eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim”. Dia desses, eu tava na faria lima, a pista da direita completamente esburacada e a calçada fininha lotada de pedestres. Fui para a faixa que separa a primeira da segunda pista e tomei uma puta buzino-fechada de um Ecosport que queria mudar de faixa.


Gente, quando eu falo de zelar pelos veículos menores, eu to falando de uma bike que não alcança o pé no chão!




segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Negociando o preço do taxi


- Não dá pra fazer por 20 reais até moema?
- Daí a senhora me complica a vida...

bééééééééééééééééééé

começaram a buzinar e não consegui ouvir o fim da história.

Gente... Mais Platão e Menos Prozac!!!